
No dia 29 de outubro de 2015, o tribunal de apelação da cidade de Rostov-no-Don, apreciou o recurso interposto por 2º sargento Alesksandr Enenko que em setembro de 2014 abandonou o polígono de Kadamovski, para não participar na invasão russa do leste da Ucrânia.
Recordamos, que o caso se deu na cidade russa de Maikop, no local de aquartelamento da 33ª Brigada especial de infantaria motorizada (a unidade militar № 22179). A unidade foi abandonada por quase uma centena militares profissionais russos, o que resultou em abertura de 23 casos criminais e preparação de 79 processos (fonte)). O tribunal, após ouvir o jovem de apenas 22 anos, desagravou a sua pena de prisão efetiva, transformando a em 1,5 anos de pena suspensa.
Após essa decisão do tribunal russo, o jovem deu a entrevista ao canal Noga-tv.com no YouTube, onde agradeceu os jornalistas pelo seu empenho que deu a visibilidade ao seu caso. Quando o jornalista perguntou se Alesksandr hoje faria o mesmo, recuse à participar numa guerra injusta, o ex-militar respondeu afirmativamente: “Eu não me arrependo de nada, isso foi a minha escolha e foi deliberada, eu recebi por isso aquilo (o castigo) que recebi, mas eu não acho que foi um erro”.
Segundo a estatística oficial do tribunal da guarnição militar de Maikop, na 1ª metade de 2015 já foram tomadas 62 deliberações, baseadas no artigo 337º, parte 4ª (“abandono não autorizado da unidade militar”). Nos últimos 5 anos, de 2010 à 2014, o mesmo artigo foi evocado apenas 35 vezes.
Sabe-se também que outro militar da mesma brigada, veterano russo da guerra na Chechénia e também de origem ucraniana, Aleksandr Evenko (a diferença de apenas 1 letra no apelido), que igualmente foi acusado ao abrigo do artigo 337º, parte 4ª, também viu a sua pena efetiva transformada em pena suspensa.
Fonte: http://ucrania-mozambique.blogspot.com/2015/11/desertar-para-nao-matar-os-militares.html
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