
A 15 de Janeiro de 2020, voluntários da comunidade internacional de informação OSINT, InformNapalm, publicaram provas do que o navio grande de desembarque (ou navio de assalto anfíbio) Orsk participou na invasão da Crimeia. O Orsk pertence à 197ª Brigada de Navios de Desembarque da Frota Russa do Mar Negro (unidade militar 72136).
Desta vez, complementamos a investigação com os dados do comandante do Orsk.
Foi sob seu comando que a tripulação do navio participou na agressão contra a Ucrânia.
É importante acrescentar que Kuzmin ainda não está na lista (1, 2) dos comandantes militares e oficiais russos indiciados pela Procuradoria-Geral da Ucrânia para participarem na crime de guerra.
Portanto, apelamos às autoridades relevantes da Ucrânia e instamos as autoridades a realizar todos os procedimentos legais necessários.
*Orsk: Navio de assalto anfíbio, Project 1171 / da classe Tapir Designação OTAN: Alligator. Número de amura/ indicativo visual 148
Informações adicionais
Andrey Skvortsov, nascido em 12 de Abril de 1978 em Baku, República do Azerbaijão.
Fonte: pagina do Skvortsov na rede social OK: https://ok.ru/profile359895483207 , archives: http://archive.is/l3OMY http://archive.ph/VO2eU http://archive.ph/j6Yzd http://archive.ph/E4U7C http://archive.ph/zHmNq http://archive.is/mfsCY
Skvortsov formou-se na Academia Naval Superior de Rádio Electrónica (Popov) e tirou o curso superior de oficial da marinha em São Petersburgo. Cumpriu serviço militar nos seguintes navios da frota russa do Mar Negro: Ochakov, Kerch, Saratov e Orsk. De momento, é capitão do 2º grau* em russo, com equivalência a capitão-de-fragata.
*A equivalência é a seguinte:
Capitão-de-mar-e-guerra → capitão de primeiro grau
Capitão-de-fragata → capitão de segundo grau
Capitão-tenente → capitão de terceiro grau
Ao monitorizar fontes abertas, descobrimos que, em entrevista dada em Setembro de 2015, Skvortsov respondeu à pergunta sobre a duração do seu serviço como oficial no comando do Orsk respondendo que durava há dois anos. Isso significa que a tripulação do Orsk estava sob seu comando quando participaram na operação especial para captura da Crimeia. Na entrevista, também foi dito que Skvortsov foi condecorado com a medalha “Pelo Retorno da Crimeia”.
Em 2017, Skvortsov foi julgado por extorquir dinheiro dos seus subordinados. Foi banido, por decisão do tribunal, de ocupar altos cargos nas forças armadas e órgãos estatais da Rússia.
In the following photo published on June 23, 2019, Skvortsov is pictured next to his relative Vasily Kvyshko and his son Timofey Kvyshko. Both are identified as militants participating in the capture of Ukrainian ships and the headquarters of the Ukrainian Navy during the Russian invasion of Crimea. Both feature on the Myrotvorets Center database.
Na fotografia seguinte, publicada em 23 de Junho de 2019 Skvortsov está ao lado de um seu familiar Vasiliy Kvyshko e do filho deste, Timofey Kvyshko. Ambos são identificados como militantes que participaram na captura dos navios ucranianos e também da Quartel General da marinha ucraniana durante a invasão russa da Crimeia. Ambos aparecem na base de dados do Myrotvorets Center.
O LLS Orsk, de 52 anos, e a corrida ao armamento com os EUA
Ironicamente, no dia 31 de Agosto de 2015, Skvortsov foi convidado para o programa de TV chamado de Santa Barbara. Durante a conversa o apresentador perguntou-lhe se a marinha russa ficava atrás da americana em termos de porta-aviões. O comandante do Orsk respondeu que, num futuro próximo, a Rússia alcançaria e até ultrapassaria a Marinha dos EUA.
Nos comentários, os leitores postaram uma fotografia do Orsk, apontando a idade do navio e as avarias constantes. Os leitores até aconselharam Skvortsov a ter piedade do navio e afundá-lo.
Os leitores também criticaram capacidades da Rússia: “… por que precisamos de porta-aviões quando não temos aviação baseada em porta-aviões ???? ……. e onde vamos manter esses porta-aviões ???? … Não temos bases para eles……… Estou surpreendido com as pessoas a repetir o absurdo dos líderes soviéticos – “alcançaremos e ultrapassaremos a América”… Que Deus nos ajude a ganhar o suficiente para ultrapassar África… E que sentido faz tudo isso? Por que simplesmente não temos uma vida normal, em vez de nos envolvermos nas corridas sem roupa? ”
O ceticismo dos comentadores é compreensível, pois o Orsk foi lançado em 1968. De 2004 a 2017, esteve em vários estaleiros e, portanto, não participou no Syrian Express como outros navios russos. Em Dezembro de 2017, o Orsk aventurou-se pela primeira vez após em anos além do Mar Negro numa missão a Tartus. O navio entregou equipamento militar e militares na Síria. Ao passar pelo Bósforo em Abril de 2019, o navio foi fotografado e o seguinte equipamento foi identificado na fotografia: BTR-80 com sistemas eletrônicos Pelena-6BK2 camiões KamAZ, camião de combustível Ural-4230 e veículos blindados Tiger.
No entanto, a 3 de Janeiro de 2020, o bloguer turco Yörük Işık, que vê a passagem de navios pelo Bósforo, publicou uma fotografia do Orsk sendo rebocado de volta pelo Estreito de Bósforo. Um dos dois motores diesel do navio avariou-se, e Orsk não conseguiu retornar da missão de combate sem ajuda profissional.
Back from Tartus #Syria but broken down⚠️Engine failure: #ВМФ Project 745 BSF #ЧФ 145th Resue Ship Squad/1st group’s Sorum class rescue tug MB304 towed#ВМФ Project 1171 #ЧФ BSF 197th Assault Ship Brigade’s Tapir (NATO:Alligator) class LST Orsk through Bosphorus towards BlackSea pic.twitter.com/HTu6EeVDgt
— Yörük Işık (@YorukIsik) January 3, 2020
Portanto, o ano 2020 começou para o “glorioso navio russo” com mais uma visita ao estaleiro.
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Tradução: Helena Sofia da Costa.
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