
A publicidade da empresa francesa Danone na Rússia, ao ter contratado o escandaloso actor russo, Mikhail Porechenkov, que participou nas hostilidades em Donbass e disparou contra as forças armadas ucranianas, provocou um escândalo internacional e um boicote da Danone nas redes sociais.
Presentemente, a Danone parece ter parado a campanha publicitária com Porechenkov, conforme foi publicado no Twitter pelo embaixador da Ucrânia em França, Oleg Shamshur.
“Eu tenho boas notícias. Acabei de receber um telefonema do Secretário Geral da Danone (França) Mathias Vishera. A empresa interrompeu a campanha publicitária com a participação de Porechenkov, assim, foi dada uma resposta rápida e adequada. “E agora, quando o apetite já não está estragado, bom proveito! “, – disse o embaixador com muito optimismo.
Маю для вас добрі новини. Щойно мені зателефонував Генеральний секретар @Danone Франція Матіас Вішера. Компанія припиняє рекламну кампанію за участі Пореченкова. Швидка і адекватна реакція. А от тепер, коли апетит вже не псують, смачного 🙂
— Shamshur Oleh (@Shamshur_O) June 10, 2020
No entanto, até agora, às 18:00 do dia 10 de Junho, não há desculpas públicas oficiais nas páginas da empresa nem nas redes sociais por parte da Danone. A posição oficial da Danone em relação à campanha publicitária na Rússia foi mencionada apenas pela filial ucraniana da empresa, referindo que era muito desagradável enfrentar essa situação, mas os funcionários na Ucrânia não podiam influenciar as acções das filiais noutros países, em particular na Rússia.
A Embaixada Ucraniana em França, na sua página oficial do Facebook, também já reagiu publicamente a essa campanha publicitária.
Um grande negócio deve ser responsável. Conveniência comercial não é motivo para esquecer a moralidade. A “Danone Rússia” convida para anunciar o seu iogurte, um cúmplice dos terroristas do Kremlin, Porechenkov, que em 2014 vangloriou-se por ter disparado sobre ucranianos em Donbass e apoiou a anexação ilegal da Crimeia. “ É saboroso, não é?, – essa foi a pergunta colocada pela Embaixada da Ucrânia em França na sua página oficial.
Enquanto isso, nas redes sociais também se continuam a publicar tweets e posts que abordam a Danone com um pedido para esclarecer se a companhia se associa a terroristas e invasores russos ou se se encontra do lado de países europeus civilizados.
Hey @Danone @EmmanuelFaber , do you officially support Russian 🇷🇺 terrorism and nazism? This man shot at Ukrainians and propagated terrorism against #Ukraine #Donbas #Crimea 🇺🇦. Remove this actor of Putin’s propaganda from your advertising in #Russia. It’s a shame! #BloodyDanone pic.twitter.com/PqzNhnILjW
— Roman Burko (@newsburko) June 10, 2020
Hey, @EmmanuelFaber ,what about #UkrainianLivesMatter (just as every life)? Are you serious in @Danone ad hiring an actor who fired at Ukrainians & who boasted ab it? I find it racist, ultranationalist, & indirectly inciting violence. Ironically, the ad comes during #BLMprotest pic.twitter.com/C2U7gEZTF3
— Kestas Vaskelevicius (@VaskeleviciusK) June 10, 2020
Referência
Em Outubro de 2014, Mikhail Porechenkov chegou a Donetsk e disparou uma metralhadora pesada no aeroporto, onde os defensores ucranianos estavam cercados. Essas acções apareceram no vídeo dos propagandistas russos ao qual mais de 4 milhões de espectadores assistiram.
Depois disso, as instituições e agências de aplicação da lei da Ucrânia iniciaram um processo criminal contra Porechenkov, de acordo com o artigo n.º 258, parte 3 do Código Penal da Ucrânia (“a criação de um grupo terrorista ou organização terrorista, a liderança ou participação em tal grupo ou organização, bem como assistência material, organizacional ou outra na criação ou operação de um grupo terrorista ou organização terrorista”).
Além disso, o departamento de investigação do Ministério da Administração Interna da Ucrânia abriu mais um processo criminal contra Porechenkov, nos termos do artigo n.º 260 parte 4 do Código Penal da Ucrânia (“participação em grupos militarizados ou armados em ataques a empresas, organizações ou cidadãos”).
O Ministério da Administração Interna disse que colocaria Porechenkov na lista de procurados pela Interpol. Em consequência disso, o actor não será capaz de se deslocar pelo mundo e viajar para o exterior sob a ameaça de prisão e extradição para a Ucrânia.
* Nota do tradutor: No vídeo também se pode ouvir Porechenkov a dizer que não é a primeira vez que dispara uma arma numa situação de conflito, pois já o teria feito em Tskhinvali na Ossétia do Sul em 2008, quando a Federação Russa invadiu a Geórgia sob o pretexto de apoiar “separatistas” ossetas.
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Tradução: Helena Sofia da Costa.
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